Você quer mesmo ser chamado de cidadão?
Essa pegada birrenta virou caricatura quando um casal de engenheiros, na Zona Oeste do Rio, gritou e intimidou o superintendente de Educação e Projetos da Vigilância Sanitária, após este ter pedido que eles, “cidadãos”, usassem máscara e não aglomerassem à porta de um restaurante. Vários são os motivos dessa discórdia, mas um soltou aos olhos. Para o dito casal, o uso do termo “cidadão” teria soado algo do tipo: eu (agente público) sou a autoridade aqui. Vocês são (apenas) os cidadãos
Pensando o “Bolsonarismo” entre teoria política, histórica e sociológica: uma proposta teórico-metodológica
A pergunta a ser posta é: o “Bolsonarismo” é uma categoria capaz de dar conta da essência mais profunda de fenômenos históricos-políticos e socioeconômicos que estão marcando a história brasileira das últimas décadas, ou trata-se apenas de um kampfbegrief (um “conceito de combate”) na disputa ideológico-política quotidiana?
Carcamanos esquecidos pelo direito
O discurso de que a legislação trabalhista foi concessão do governo Vargas ou que a legislação produzida antes da CLT é de pouca importância, só reforçam estereótipos e escodem novos horizontes de pesquisa e saber. Não levam em consideração os trabalhadores como agentes de sua própria história. Os transformam em carcamanos
A culpa também não seria do homem comum?
Talvez seja necessário retroceder um pouco para entender o que está acontecendo e por que deveríamos botar o arquétipo clássico do homem comum na berlinda... Podemos dizer que é consenso geral o fato de o planeta inteiro estar passando por uma das maiores superações, quiçá a maior que esta geração já viu
Dom Quixote e a “instagramização” das relações sociais
Essa exploração, sem rumo algum, servindo a um “deus diabólico”, inconsciente e fetichista, está figurada na epopeia de Miguel de Cervantes, Dom Quixote, partindo de uma análise feita pelo sociólogo húngaro György Lukács em A Teoria do Romance, no qual é feita uma crítica ao “Deus demoníaco”, que institui uma consciência de dominação positiva, um progresso sem rumo, apenas para atender ao que a psicanálise denomina gozo do Outro